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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Buscando Apatia


"Ele gostava de sofrer porque isso lhe fazia escrever"

E assim ele aprendeu a viver, ou melhor, acostumou-se com a vida. Não dava oportunidade para amar e qualquer amizade, ele deixava o vento levá-la. Para que sentimentos? Pensava que não havia reação que não pudesse guardar consigo. Não dava oportunidade de sentir alegria. Sabia que isso era medo de ser dominado pela tristeza, mas não de ser covarde, não tinha medo.


Era um jeito fácil de não sentir dor. Não se preocupava se isso era uma forma de se auto condenar a destruição, para ele o final era só um caixão. E de fato é. Deixava parecer vazio, porque não conseguia tirar nada de sua cabeça, não colocava nada para fora em busca de uma aparência apática. Ficava tecendo remorsos que poderiam facilmente sair se houver uma interação, mas tudo parecia tão impotente.

Ficava incomodado o avanço das pulsões, por isso ele gostava da chuva. Ela molhava a tudo e a todos. Enquanto para os demais era um atraso aos compromissos, um impasse para as relações, para ele era a purificação, um barulho que abafava os ruídos e levava embora as palavras que ele jamais conseguira dizer.

O tempo era um entretenimento, não fazia planejamentos para deixar o tempo ter esse prazer. Sabia quando o futuro daria errado, porque era simplesmente igual o presente, mas ignorava para ele poder fazer apostas consigo mesmo e testar o tanto que o destino estava ao seu favor. Se perdesse, era só partir para o próximo lance, porque não havia frustações em seu mundo.


Era uma forma fácil de impedir que entre algo que nunca saiu dele.




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